Remédios para o tratamento da depressão e ansiedade: quais são os mais indicados?

No Brasil, o consumo de remédios para o tratamento da depressão e ansiedade está aumentando.

De acordo com um levantamento da  Funcional Health Tech, entre janeiro e julho de 2021, o consumo desse tipo de medicamento cresceu 14%, em comparação ao mesmo período no ano de 2020.

Além disso, de acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais deprimido e ansioso da América Latina.

Por consequência, as pessoas começaram a ingerir mais remédios para o tratamento de transtornos psiquiátricos.

Mesmo com a exigência de receita médica, os antidepressivos estão entre os medicamentos mais comprados.

Descubra, a seguir, o que são medicamentos psiquiátricos e quais são os principais remédios para o tratamento de depressão e ansiedade.

O que são medicamentos psiquiátricos?

Os medicamentos psiquiátricos são composições químicas que agem no sistema nervoso central.

Utiliza-se tais fármacos para tratar transtornos mentais, atuando na liberação de neurotransmissores para diminuir a ansiedade patológica, reduzir crises nervosas e melhorar o humor do paciente.

Em alguns casos, indica-se psicofármacos para complementar o tratamento durante um determinado período, mas há pacientes que precisam tomar remédios psiquiátricos por toda a vida.

Há vários remédios para ansiedade e depressão. O seu uso depende de fatores individuais do paciente e da indicação do médico.

Esses fatores individuais incluem a idade do paciente, patologias físicas, uso de outros remédios, entre outros.

Nunca por se deve usar um psicofármaco por conta própria.

Com base nos guidelines (instrumentos na prática médica), percebe-se o efeito dos antidepressivos a partir de 2/4 semanas de tratamento.

As doses dos remédios para o tratamento da depressão e ansiedade podem ser ajustadas de acordo com as necessidades do paciente.

Remédios para o tratamento da depressão e ansiedade: quais os mais comuns?

Há vários remédios para o tratamento da depressão e ansiedade.

Mas ao contrário do que muitas pessoas dizem, esses medicamentos não são tudo “a mesma coisa”. 

Eles agem de diferentes formas no organismo e podem causar efeitos colaterais. Por isso, o tratamento com remédios para ansiedade e depressão merecem um profissional.

Conheça, abaixo, alguns dos principais remédios para o tratamento da depressão e ansiedade.

Medicamentos psiquiátricos para Depressão e Ansiedade

Fluoxetina

É um dos remédios mais utilizados para a depressão, ansiedade e síndrome do pânico.

Também conhecido pelo nome comercial Prozac, esse medicamento pertence à classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS).

Ele aumenta os níveis de serotonina, neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor.

Recomenda-se a fluoxetina para os transtornos que causam desequilíbrio nos níveis de produção de serotonina.

Os efeitos costumam aparecer após 2 semanas de uso.

O Escitalopram combate os sintomas da depressão aguda de forma mais rápida que outros medicamentos.

Sertralina

A sertralina, ou cloridrato de sertralina, é um tipo de antidepressivo utilizado no tratamento da depressão, transtorno de ansiedade social e ataques de pânico.

Seus efeitos colaterais são mais fracos do que os outros antidepressivos. Esse é um dos motivos pelos quais é um dos medicamentos mais conhecidos para o tratamento da depressão.

Escitalopram

Escitalopram é um tipo de remédio antidepressivo que também pode ser utilizado para tratar a ansiedade.

Além disso, costuma ser usado também nos casos de síndrome do pânico, fobia social e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).

Ele age no cérebro regulando as concentrações inadequadas de neurotransmissores, como a serotonina e outros neurônios.

Paroxetina

A medicação, que foi aprovada para uso medicinal em 1992, nos Estados Unidos, veio ao mercado com o nome Paxil.

Paroxetina ou cloridrato de paroxetina é um medicamento antidepressivo que pertence a classe dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (IRSR).

Ele costuma ser recomendado para adultos que apresentam sintomas de depressão e ansiedade.

Mirtazapina

A Mirtazapina é um antidepressivo tetracíclico que atua na noradrenalina e na serotonina.

Considera-se a mirtazapina como medicamento com eficácia igual ou superior aos do tipo inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS).

Sendo assim, indica-se tal fármaco quando o paciente não respondeu aos outros remédios do tipo inibidores.

Com o aumento dos neurotransmissores no cérebro, costuma amenizar os sintomas de depressão.

Vortioxetina

A Vortioxetina age no sistema nervoso central, ajudando na estabilidade psicológica do paciente.

Indica-se no tratamento do transtorno depressivo maior, sobretudo nos casos refratários aos demais medicamentos. 

É um modulador da serotonina e, por isso, pode levar à melhora dos sintomas relacionados à depressão.

Venlafaxina

A Venlafaxina é um fármaco antidepressivo utilizado no tratamento da ansiedade e depressão.

Ele age na inibição da serotonina e noradrenalina, regulando o humor, o sono e a memória.

O aumento da dose de Venlafaxina é feito de acordo com a orientação do médico.

Desvenlafaxina

A Desvenlafaxina aumenta os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro, ajudando a estabilizar e melhorar o humor.

Pertence a classe de medicamentos inibidores da recaptação da serotonina-norepinefrina (SNRI).

Além do humor, melhora a sensação de bem-estar e aumenta o nível de energia.

Duloxetina

É um fármaco utilizado em casos de transtorno depressivo maior, ansiedade generalizada e fibromialgia.

Além disso, recomenda-se a duloxetina para casos de dor crônica.

Classifica-se a duloxetina como inibidor seletivo da recaptação de serotonina e noradrenalina.

Zolpidem

O Zolpidem é um medicamento com efeito sedativo, utilizado em casos de insônia, de forma adjunta ao tratamento de ansiedade e/ou depressão.

Devido às propriedades ansiolíticas, ajuda a reduzir sintomas de ansiedade.

O Zolpidem é uma droga Z, atuando em receptores Gaba, assim como os benzodiazepínicos. 

Devido seus efeitos colaterais mais comuns como parassonias e prejuízo cognitivo, sobretudo da memória, recomenda-se que seja uma medicação usada em curto prazo. 

Medicamentos psiquiátricos para ansiedade

Benzodiazepínicos

Medicamentos que agem no sistema nervoso central e possuem propriedades ansiolíticas e sedativas.

Hoje em dia, utilizam-se os benzodiazepínicos para casos de ansiedade e síndrome do pânico no curto prazo. Pois no longo prazo, os benzodiazepínicos podem levar à dependência medicamentosa, alteração da arquitetura do sono, prejuízo cognitivo, dentre outros fatores, a depender da ação sobre cada indivíduo.

São medicamentos hipnóticos e ansiolíticos que atuam ao se ligar com um receptor chamado Gaba (neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central).

Como diminuem a atividade de neurotransmissores no cérebro, provocam uma sensação de sedação e sono.

Após a ingestão ou aplicação, o benzodiazepínico atua no cérebro, inibindo as atividades das células. Dessa forma, o medicamento age como uma espécie de calmante, gerando alívio sintomático da ansiedade e outras patológicas relacionadas à ansiedade generalizada.

Devido aos efeitos colaterais e riscos de dependência, deve-se usar esses medicamentos com indicação médica.

Os principais são:

  • Alprazolam;
  • Bromazepam;
  • Diazepam;
  • Midazolam;
  • Lorazepam.

Cuidados ao ingerir remédios para o tratamento da depressão e ansiedade

Os remédios para o tratamento da depressão e ansiedade ajudam a amenizar sintomas relacionados a transtornos que afetam a saúde mental.

Contudo, podem provocar alguns efeitos colaterais. E esse é um dos motivos pelos quais os medicamentos só devem ser ingeridos quando há recomendação e orientação médica.

Portanto, jamais se automedique ou indique remédios para ansiedade e depressão para outras pessoas.

Os medicamentos podem trazer melhorias nos quadros de transtornos mentais, depressão, ansiedade e compulsões, mas não devem ser tomados por conta própria, sem indicação médica.

Além disso, antes de usar remédios para ansiedade e depressão, o paciente pode ler a bula. Assim, poderá saber quais são os principais efeitos colaterais e tirar as dúvidas sobre o medicamento com o psiquiatra.

Para complementar o tratamento, é recomendado que o paciente faça terapias alternativas, que auxiliam o paciente a lidar com as próprias emoções e a identificar hábitos prejudiciais para a vida dele.

Mudanças no estilo de vida, como prática de exercícios físicos e alimentação saudável, também ajudam a ter mais qualidade de vida e bem-estar.

Esse artigo é de caráter informativo. Sendo assim, não se trata de uma recomendação de medicamentos. O uso de remédios para o tratamento da depressão e ansiedade só deve ser indicado após o diagnóstico médico.

Dra. Rhaíssa Leonel
Dra. Rhaíssa Leonel
Dra Rhaíssa Bentes Leonel é graduada em Medicina pela Universidade Federal do Amazonas, além de ter realizado residência médica em Psiquiatria pelo CAISM-FR em São Paulo. Dra Rhaíssa é médica psiquiatra e faz parte da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Também está cursando a Formação em Psicoterapia de orientação Analítica do Centro de Estudos Luís Guedes (CELG) de Porto Alegre.

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