Psicose: o que é, sintomas e tratamento

Quando se fala sobre doenças psiquiátricas ou saúde mental, é muito comum ouvir o termo “psicose”.

Porém, muitas pessoas não sabem o que isso realmente significa e, por esse motivo, acabam confundindo outros transtornos e comportamentos com a psicose.

Para conhecer mais sobre esse transtorno mental, a forma como ele se manifesta e como o tratamento é feito, continue a leitura.

O que é psicose?

O transtorno psicótico, conhecido como psicose, é um estado mental patológico que faz com que um indivíduo perceba ou interprete acontecimentos e coisas de uma forma diferente das outras pessoas.

Em resumo, ele tem dificuldade para entender o que é real e o que está na sua mente.

Alucinações, delírios e dificuldades para realizar tarefas costumam fazer parte da vida de quem sofre com esse transtorno.

Porém, o grau de distanciamento da realidade, não se manifesta da mesma forma em todos os casos de psicose.

Isso depende do tipo e da gravidade da condição, embora todas as psicoses apresentem alguns sintomas parecidos.

Qual a diferença entre neurose e psicose?

A psicose prejudica a percepção da realidade, afetando a capacidade de julgamento de uma pessoa.

Fantasias e realidade se confundem, ou seja, o mundo real é substituído por delírios.

O quadro psicótico traz várias complicações para a vida da pessoa, como problemas familiares e profissionais, depressão e vontade de se isolar socialmente.

Já a neurose, é um quadro clínico caracterizado por pensamentos e emoções negativas. As pessoas que sofrem com essa condição mental costumam apresentar preocupações constantes, medos, fobias e compulsões.

A ansiedade, a instabilidade emocional e o estresse também são alguns dos principais sintomas da neurose.

Apesar de não perder a conexão com a realidade, a pessoa age de maneira incontrolável ao lidar com determinadas situações.

Transtornos relacionados à psicose

Veja, abaixo, alguns dos principais transtornos relacionados à psicose:

1. Esquizofrenia

A esquizofrenia é um transtorno mental grave e incapacitante, que afeta a forma como um indivíduo pensa e sente.

Os indivíduos que sofrem com esse distúrbio têm muita dificuldade para distinguir o que é verdade e o que existe apenas na imaginação.

A doença é caracterizada por sintomas psicóticos, como alucinações e falas desorganizadas.

Ela geralmente se manifesta na adolescência ou no início da fase adulta. A esquizofrenia atinge cerca de 2 milhões de brasileiros, mas a maioria não recebe o tratamento adequado.

As causas da esquizofrenia não são exatas. Porém, a combinação de fatores hereditários, ambientais e alterações neuroquímicas, podem desencadear a doença.

2. Transtorno Psicótico Breve

Os sintomas desse quadro duram pelo menos um dia, mas não mais do que um mês.

As causas geralmente estão ligadas a acontecimentos traumáticos.

3. Transtorno psicótico induzido por drogas/substâncias

Algumas das substâncias mais relacionadas a quadros psicóticos são os psicoestimulantes, anfetaminas, álcool e hipnóticos/ansiolíticos.

Normalmente, os sintomas regridem no máximo até 30 dias após a cessação da droga que desencadeou o surto psicótico. Porém, a psicose causada pelo uso de anfetaminas, cocaína ou fenciclidina (PCP) pode durar mais tempo.

4. Transtorno esquizoafetivo

A condição é parecida com a esquizofrenia, contudo, o paciente também tem episódios de distúrbio de humor.

Os sintomas psicológicos são as alucinações, psicose e paranóia.

O indivíduo também pode perder o interesse por atividades do dia a dia e apresentar comportamentos impulsivos.

5. Transtorno delirante

O transtorno delirante é uma doença mental que tem como principal sintoma a ocorrência de delírios.

Nos casos de transtorno delirante, o indivíduo tem crenças fortes em coisas irracionais. Os delírios duram, no mínimo, um mês.

Os subtipos do transtorno delirante são:

  • Erotomaníaco: a erotomania consiste na convicção de que uma pessoa acredita que outra está completamente apaixonada por ela.
  • Grandiosidade: a pessoa pode estar convencida de que ela é uma celebridade, fez uma descoberta incrível ou possui um grande patrimônio financeiro.
  • Ciúme: a pessoa tende a acreditar que o seu parceiro está sendo infiel.
  • Não há nenhum indício de traição, mesmo assim, o indivíduo acha que está sendo traído. Nesses casos, a agressão física pode se tornar um perigo real.
  • Persecutório: a pessoa começa a achar que há outros indivíduos armando algo contra ela. Em alguns casos, a pessoa pode até fazer denúncias para a polícia, pois acredita que está sendo espionada.
  • Somático: o paciente pode achar que tem deformidades físicas graves ou um odor imaginário.

6. Depressão psicótica

A depressão psicótica ocorre quando há um quadro de depressão que envolve sintomas de psicose.

Também é conhecida como transtorno depressivo maior com características psicóticas.

É comum que os indivíduos que sofrem com essa condição mental tenham ideias sem sentido e alucinações.

É um transtorno mais comum entre a população idosa. Pode ser um quadro mais resistente ao tratamento medicamentoso, limitando o prognóstico.

7. Psicose pós-parto

É uma doença psiquiátrica em que a mãe apresenta sintomas como delírios, agitação e confusão mental.

Esse tipo de transtorno atinge algumas mulheres cerca de 2 semanas depois do parto.

Normalmente, a psicose pós-parto é causada pelas alterações hormonais que a mulher tem durante esse período, podendo provocar tristeza e depressão.

Sintomas da psicose: como reconhecer?

A psicose tem como principais sintomas os delírios, alucinações, comportamentos desorganizados, pensamentos acelerados e irritabilidade.

Uma pessoa que sofre com delírios, por exemplo, cria histórias que não fazem sentido, embora ela não tenha consciência disso.

As alucinações são percepções de coisas que não existem. Elas afetam os sentidos do paciente (audição, visão, paladar, tato e olfato). 

Desse modo, ele fica confuso e desorientado, “percebendo” estímulos, que na verdade, não estão lá.

Já a desorganização de pensamento pode ser percebida através do discurso do paciente. Trata-se de uma alteração na forma como os pensamentos são formulados e expressos.

Como é o tratamento para a psicose?

A psicose é diagnosticada através da avaliação psiquiátrica.

O profissional irá avaliar os sintomas e comportamentos, fazendo perguntas sobre o que o paciente está vivenciando e sentindo.

É importante deixar claro que os sintomas não se manifestam com a mesma intensidade em todos os pacientes. Por isso, o tratamento depende de cada caso.

Em geração, isso envolve a combinação de:

Psicoterapia

As sessões de terapia costumam ser um dos principais tratamentos nos casos de psicose.

Basicamente, a psicoterapia é um tratamento colaborativo que ajuda os pacientes a lidarem com questões psicológicas e emocionais.

O objetivo da psicoterapia nesses casos é entender a situação e o problema do indivíduo, para que assim, seja possível amenizar os sintomas do transtorno.

Medicamentos

Nos casos mais graves, o psiquiatra deverá prescrever medicamentos para controlar os sintomas e as crises, sendo principalmente usados antipsicóticos como risperidona, olanzapina, aripiprazol, haloperidol, dentre outros.

Os remédios ajudam a reduzir os episódios de alucinações. Normalmente, são usados por um certo período, dependendo da gravidade do caso, e da indicação médica psiquiátrica.

Porém, em pacientes com quadros crônicos como na Esquizofrenia, o uso de remédio poderá ser necessário durante toda a vida.

Dra. Rhaíssa Leonel
Dra. Rhaíssa Leonel
Dra Rhaíssa Bentes Leonel é graduada em Medicina pela Universidade Federal do Amazonas, além de ter realizado residência médica em Psiquiatria pelo CAISM-FR em São Paulo. Dra Rhaíssa é médica psiquiatra e faz parte da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Também está cursando a Formação em Psicoterapia de orientação Analítica do Centro de Estudos Luís Guedes (CELG) de Porto Alegre.

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