Você já ouviu falar da Síndrome de Borderline? Apesar de não ser tão conhecida quanto outros transtornos psiquiátricos, ela afeta cerca de 1,7% da população.
O distúrbio caracteriza-se pela instabilidade de humor e comportamentos impulsivos, que podem se alterar de uma hora para outra.
É um transtorno sério que merece muita atenção e o tratamento adequado com um profissional especializado.
A seguir, entenda melhor sobre a Síndrome de Borderline, principais sintomas, causas e tratamento.
O que é Síndrome de Borderline?
Síndrome de Borderline ou transtorno de personalidade borderline é um problema de saúde psicológico e psiquiátrico em que o indivíduo sofre com mudanças súbitas de humor, descontrole emocional e comportamento autodestrutivo.
Normalmente, as pessoas que sofrem com a Síndrome possuem momentos em que estão mais estáveis, mas que se alternam com episódios de raiva, ira e ansiedade.
Ou seja, uma pessoa com borderline, pode passar de um estado de extrema euforia para um sentimento intenso de raiva e/ou angústia.
Os sintomas mais comuns são a instabilidade emocional, autodepreciação e medo de abandono, o que afeta as relações sociais do indivíduo e sua percepção de si mesmo.
Como os pacientes normalmente apresentam comportamentos compulsivos e extremamente prejudiciais, a detecção do transtorno de borderline é muito importante.
Porém, nem todas as pessoas que apresentam alguns dos sintomas, sofrem de fato com a Síndrome de Borderline.
Afinal, quem tem Borderline, sofre com os sintomas de uma forma muito mais intensa e prejudicial.
Quais são os principais sintomas da Síndrome de Borderline?
Há algumas sintomas que podem indicar a Síndrome de Borderline:
- Mudanças de humor intensas
- Relações instáveis com familiares, amigos e pessoas próximas
- Autoimagem distorcida, que faz com que o indivíduo não se sinta útil e tenha baixa autoestima
- Comportamentos impulsivos, como consumismo exagerado, comer compulsivamente e abusar de álcool e drogas
- Medo do abandono e rejeição pelas pessoas próximas
- Dificuldade para controlar as emoções
- Tentativas ou ameaças de suicídio e automutilação
Os portadores da Síndrome de Borderline sofrem com o medo de perder o controle emocional e, muitas vezes, criam uma grande dependência de pessoas próximas.
Quais são as causas de Borderline?
Embora não exista uma causa específica para quem desenvolve a Síndrome de Borderline, acredita-se que fatores genéticos, ambientais e neurológicos podem estar ligados à doença.
Pode ser causado por múltiplos fatores ou até mesmo, pela combinação deles.
1. Genética
Há algumas evidências de que a síndrome pode estar ligada a fatores genéticos.
Indivíduos que possuem parentes próximos (como parentes biológicos de primeiro grau) com o transtorno, apresentam chances maiores de desenvolver a doença.
2. Fatores ambientais e sociais
Algumas pessoas com a doença relatam experiências traumáticas durante a infância.
Traumas como abuso sexual, emocional e psicológico também podem contribuir para a Síndrome de Borderline.
Embora a síndrome possa ser uma consequência de ambientes familiares instáveis ou outros problemas na infância, nem todas as pessoas diagnosticadas apresentam histórias de trauma.
3. Alterações no cérebro
Distúrbio em funções reguladoras dos sistemas cerebrais também podem aumentar o risco.
Estudos mostram que pessoas que sofrem com a síndrome, podem ter mudanças estruturais no cérebro, principalmente nas áreas que controlam emoções e impulsos.
Contudo, algumas pessoas com alterações semelhantes no cérebro não apresentam o transtorno.
Ainda é necessário realizar mais estudos para entender melhor a relação entre a síndrome de borderline e alterações no cérebro.
Teste e diagnóstico
Ainda pouco conhecido e discutido, o Borderline pode ser erroneamente diagnosticado ou confundido com o transtorno bipolar.
Por isso, é muito importante que o diagnóstico seja feito da forma correta, isto é, por um psiquiatra ou psicólogo, através de análises durante a sessão, além de exames.
Desse modo, torna-se possível dar o diagnóstico correto e excluir outras doenças, que em algumas situações, podem explicar os sintomas que foram apresentadas pelo paciente.
Como funciona o tratamento da Síndrome de Borderline?
Vê-se a Síndrome de Borderline transtorno difícil de tratar.
Entretanto, um tratamento correto e humanizado pode ajudar indivíduos que sofrem com a doença.
É muito importante que não somente o paciente tenha paciência em relação ao tratamento, mas também, que as pessoas próximas ofereçam o suporte e o apoio necessários.
Além de remédios (que só devem ser usados com a indicação e acompanhamento de um profissional), o tratamento é feito em grande parte através da orientação psicológica.
Psicoterapia
A psicoterapia é um dos principais tratamentos para esse transtorno de personalidade.
O acompanhamento, que pode ajudar a aliviar alguns sintomas, é feito individualmente ou em uma configuração de grupo.
As sessões em grupo ajudam os indivíduos a controlarem melhor suas emoções negativas e a interagirem com outras pessoas.
Os tipos de psicoterapia usadas incluem:
Terapia Cognitiva Comportamental
É um tratamento psicoterapêutico focado no problema atual do paciente, ajudando ele a identificar padrões de comportamentos e crenças que influenciam negativamente suas emoções e relações interpessoais.
Também conhecida como TCC, essa terapia pode auxiliar a reduzir sintomas de alterações de humor e ansiedade, que muitas vezes levam o indivíduo a desenvolver comportamentos prejudiciais e graves.
Deve-se individualizar o tratamento dependendo do perfil e das necessidades do paciente em questão.
Terapia do esquema
A Terapia do esquema (TE) tem como objetivo auxiliar os pacientes a atender suas necessidades emocionais.
Esse tipo de terapia inclui elementos da Terapia Cognitiva Comportamental com outras formas de psicoterapia.
A terapia do esquema atua em vários aspectos ligados às dificuldades emocionais do paciente, que trazem sofrimento e, muitas vezes, afetam os relacionamentos.
Terapia Dialética Comportamental
Por fim, um tipo de terapia que ajuda pacientes que sofrem com transtornos graves a lidar melhor com os seus sintomas.
No início, o profissional irá trabalhar questões mais urgentes, como comportamento de automutilação e raiva.
Ao lidar com comportamentos mais intensos e graves, pode-se abordar outras questões importantes, como traumas passados e sentimentos frequentes no paciente.
Na Terapia Dialética Comportamental, se estabelecem meios e formas de entender melhor as emoções e aumentar o autocontrole.
Conviver com a Síndrome de Borderline não é fácil e o paciente necessita de orientação e suporte de um profissional especializado.
O tratamento é fundamental para o paciente do indivíduo, mas requer paciência, regularidade e apoio familiar.